sábado, novembro 24, 2007

Desfalecer sentido...



I
Passam espaços nos relógios
Mas a casa permanece
Uma brisa incandescente aconchega
Fala-me do vento que nos toma
No mesmo luar magistral.

E passo-lhe o dedo no pó.
Há fragmentos de uma história
E uma vã certeza abraçada no tempo.

Sou resgatada para a vida vazia
Sem pegadas na recordação
Porque a chama que foi fogo não se guia
Pelo ritmo desta canção.

Há uma metafísica no ar
Quem irracional se tende a nós?
Ninguém!

Temos um sentido ascendente
A memória não se rende a mim.
O sentimento não cai em falso – a ti.

II
Espreito por cima do ombro
Vejo uma retaguarda apagada
E um lar desfeito nas formas.

As palavras pesam-me
A luz estende-me a mão. Adeus.