terça-feira, maio 26, 2009


Naqueles dias não quis olhar o tempo nem as acções. Quis fugir de mim, vestir o papel de uma actriz do Mundo e em segredo resguardar os meus pecados. Não olhei o pormenor, mas sim o todo ambicionado. Não quis pensar nas consequências porque me tinham dito que não existiam. Mais tarde esse período embrionário que nos fala em tom de surdina, superou quem era. Voltei a mim e percebi que os meus actos marcavam a minha história e ditavam quem era. Não podia fugir do espelho, havia aprendido em pequena. Aquela imagem real tentava sempre descolar-se do corpo e viajar por biografias que não pertenciam ao ego observado. No entanto sempre preferi ir mais além e descobrir quem não sou.
Talvez por isso não me conheça. Está na hora de partir o espelho.

terça-feira, maio 12, 2009


Naquele dia a Luz de uma nobre gargalhada deu um sentido novo à vida e à correria dos dias passados. Quem nem lição aprendida, batemos palmas ansiando por mais um segundo daquela inigualável fantasia. Os rostos iluminados que antes arrastavam a vontade imposta, levaram para casa, naqueles minutos, a leveza que a simplicidade das acções e alegria de “Bem-estar” lhes proporcionou. Sem regras, nem limites, senti-me livre de voltar a acreditar em magia e em sonhos adormecidos na infância. Podia agora fazer a careta mais ridícula e ainda assim sentir-me a pessoa mais especial só por esse gesto. Para quê esconder desejos? Se a pessoa mais parva é aquela que vês ao Espelho? Se podes errar erra. O erro é professor da verdade. Só que a verdade não existe, eu pelo menos acredito que a vida não passa de um Teatro de faz-de-conta. Posso, por isso, vestir hoje um sorriso, amanhã uma lágrima. Não sou constante, mas ninguém me leva a mal.