terça-feira, abril 20, 2010


Não penses. Não fales.

Escreve só.

Do lado de lá do espelho só se encontra uma parede que te faz ter noção de que só dependes de ti.

Nunca te sentis-te verdadeiramente dependente de ti. Tinhas sempre um apoio que supria o facto de seres destro. Era o teu ponto de equilibro.

E agora só te resta balançar no trapézio até encontrares a estabilidade. Sem colchão que ampare a tua queda.

Tens de ter convicção na palavra certeira, na decisão audaz. Rasgar o medo sem olhar para dentro.

És pedra. Não te podes abalar.

És fogo. Porque não podes ser pedra.

És a esperança e ao mesmo tempo a revolta.

E tu que nunca gostas-te de ser observado, tens, de uma vida para outra, um olhar em cada esquina.

Sorris a medo. E ouves mais uma das estórias sobre o 25 de Abril e o sacana do Salazar. Sempre contadas em voz alta em jeito de brinde à liberdade de expressão.

Ali és GRANDE (porque não conhecem o teu medo).

Mas quando sais, és só mais um à espera do auto-carro.