domingo, abril 26, 2009


Antes as palavras encontravam-me, não paravam nos dedos. Agora escondem-se de mim e dos meus sentimentos. Têm medo de não serem certeiras e falar mais alto do que a verdade.
Calcular os passos e medir os ângulos, são agora as contas que regem o meu caminho. Tantas vezes bifurcado e tão pouco destemido.
Outrora os segredos sussurravam sem pedir autorização. Seria eu permissiva demais na sua Liberdade? Ou seriam eles que me davam escolha sem criticarem a expressão?
Sem dar conta formatei-me e já não sei sair do quarto – tão bem medido ao metro quadrado.
A porta deixei aberta mas não a vejo.
Desejo que o sonho volte e me devolva o ritmo da temperatura quente, e da felicidade escrita!
Será ela gravada ou vivida?
(Fingers crossed)

segunda-feira, abril 13, 2009


Era tarde e o cansaço apoderava-se dos músculos. Um dia tão breve e ainda assim agitou-lhe o começo de algo que havia ficado pendente.
Tinha decidido não pensar no desafio que a vida lhe chutava, sempre tão omnipresente. Havia um vazio que teimava em não ser preenchido que estava posto em lista de espera.
Foi então que o telefone tocou e a ajuda estava postada no outro lado da linha. Uma gargalhada embalada por uma mão amiga.
Naquele momento, distante da verdade, não se sentiu só. E adorou a protecção que o mesmo nível lhe proporcionava.
O passado que a amedrontava ganhou molde de lembrança risonha. O futuro preferiu deixar pendente como cereja no topo do bolo.
E partiu sem laços, porque tinha o regresso marcado. Pela primeira vez a Liberdade pessoal pareceu-lhe um objecto transportável.
Na viagem correu, parou, esperou, correu, caiu, parou, esperou, correu. Porque sempre que caminhava mais fundo uma nova linha se aproximava.

Soube sempre em que sítios pousar. Mas nunca soube dizer Adeus.