Caminhos cruzados...

Coincidências ausentes marcam o nosso caminho.
Chegas-te claramente exausto e os teus olhos pediam um abraço, um beijo e uma palavra. Sei que só a simplicidade dos actos ali te bastavam para apaziguar a falta de horas. Horas essas que bateram certas nos ponteiros de um destino – uma chegada e uma partida. Caminhos intersectados faziam mais sentido do que nunca. Guiavam-nos para o melhor de nós. Pacificas-te a minha dor física e confortei a tua dor moral. Completos uma vez mais por um beijo de despedida.
Sei bem que este adeus não é para sempre. Até amanhã meu amor.

Nós

Levas-me pela mão no calor do momento.
Vem comigo que o tempo é efémero.
Corremos os dois nem parámos a meio.
Viajámos em mútuos abraços.
Trocámos gestos concentrados.
Provámos beijos desmedidos.

Ali te vi em teu espaço de manobra,
Aplaudido por seres quem és.
Alienado pela paixão que te embalava,
Em acordes sentidos.
E eu senti-te em uníssono.

O teu olhar sincero e dividido
Anunciou o meu estado de latência.
O ritmo elevou-te ao deslumbramento.
A música exacerbou a perfeição.

Pousaste-me a mão no rosto
Sopras-te a renascença em mim.
Só este momento importa
E segredei-te ao ouvido – Nós.

Passeámos num passado instável.
Alcançámos um presente nosso.

O momento pertence-nos.
Fica aqui, para sempre.

O mundo pertence-nos.
Abraça-me, para sempre.

O sentir pertence-nos.
Gosto de ti, para sempre.

Agora já não te leio nas entrelinhas.

De mim já não me faltas tu.